18.10.10

só como eu sei fazer.

Ultimamente tenho estado muito ocupada para escrever, mas tenho tanta coisa nova para partilhar.
Neste último conjunto de dias tenho parado para pensar. Sim normalmente não penso, e cada vez penso menos, vejam lá bem!
Portanto, partindo do principio que a minha vida neste dois últimos anos sofre volta de 180º atrás de volta, vamos lá a recapitular assim muito por alto. 
Já me senti super perdida, triste, aborrecida, sem rumo. Já fiz coisas de que me arrependi, bastante, mas também outra de que me orgulho muito. Já deixei grandes amores partir como também fugi deles. Deixei outros entrar.
Tudo o que eu queria era ter as coisas simplificadas, mas nunca ninguém é capaz de me dar isso.
Vejo por ai tanta gente feliz, a lutar por profissões de sonho, lutar pelos seus ideais, lutar por quem realmente amam, conquistar mundos e fundos, e eu? Não consigo..
Tenho pensado bastante sobre o que quero para mim, o que fazer com o que tenho e em todas aquelas cenas maradas que não vamos ter resposta mas gostamos de imaginar como seria, planear tudo até ao mais pequeno pormenor, simplesmente sonhar.
Fora aqueles problemas que já me perseguem durante anos e anos (e que no fundo sei que nem vale a pena tentar resolve-los embora tente sempre um bocadinho), vejo que não sei o que quero estar a fazer daqui a uns anos. Estou a tirar a licenciatura? Sim, estou a tirar uma. Já tive no que queria e no que não queria. Sei o que é bom e o mau. Já quebrei a minha rotina cansativa nesta freguesia que já não tem espaço para os meus sonhos nem para as minhas esperanças e maneira de ser e estar? Claro que já. Fiz-lo, e fiz-lo muito bem. Pus a mochila às costas e parti, fui conhecer o novo, o inesperado, o excitante. Conheci novas pessoas, novos locais, quebrei a minha barreira com as rotinas porque cada dia em Coimbra, era único e mágico. Tive no auge. Mas no entanto lá não tinha tudo o que queria, não poderia planear o meu futuro, nem iria ter um, a ter a vida que tinha lá. E voltei para a cómoda, desgastante, estável rotina na freguesiazinha que já nada tem para oferecer. Deixei para trás alguém de quem gostava imenso por saturação, por não dar mais para mim, por querer me afastar do mundo. Porém, encontrei alguém que amo com tudo o que tenho e a quem tenho a necessidade de todos os dias mostrar o quanto gosto dela, mas que não dá de volta tanto quanto eu dou,  que me faz questionar e nunca duvidar do seu amor, que me faz tremer de insegurança quando me agarra e me protege, que não o diz, mas possivelmente sente quase tanto quanto eu e que se calhar também tem medo do que sente e do que esperar do outro lado. Um dos lado positivos é que eu "pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente."
E eu tanto imaginei, tanto planeei, tanto sonhei, que fiquei presa entre o bom e o mau, o doce e o amargo. Transformei-me numa nuvem, mas agora não consigo fazer chover. Sou aquilo a que chamam de nada e tudo, mas não sou o meio deles. Sou o momento que existe entre o apagar e acender de uma luz. Sou os batimentos fortes da música que não consegues ouvir. Sou as pausas das frases que não dizes. 
O que tenho agora? Pensamentos. E dos pensamentos surgem as palavras e delas todas as coisas que quero dizer e só assim consigo, porque realmente, quem é que o vai conseguir fazer como eu?

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